Cabeamento Estruturado - Introdução
Objetivo: aprender a reconhecer os subsistemas de cabeamento estruturado
Tempo estimado de leitura: 15 min
Tempo estimado dos exercícios: 10 min
Introdução: Cabeamento Estruturado Vs. Não Estruturado
Sempre que pensamos em cabeamento de redes temos duas opções: Estruturado e Não Estruturado. O cabeamento Não Estruturado não segue normas rígidas de projeto, o que pode levar a um cabeamento com altas taxas de perdas de informação, baixa velocidade e de difícil manutenção. Imagine que após montar o cabeamento da sua empresa de forma não estruturada, você tenha que resolver um problema de conectividade do computador do seu chefe?
Figura 1: cabeamento não estruturado. Fonte: https://bit.ly/3vehSuY
Um cabeamento não estruturado, além de sacrificar o desempenho, pode custar algumas noites de sono na hora de expandir ou dar manutenção na rede. Por isso, existem as normas de cabeamento estruturado com o objetivo de garantir:
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Alto desempenho;
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Facilidade de manutenção e rastreabilidade de problemas;
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Facilidade de ampliação da rede e acomodação de novos pontos de conexão de rede;
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Disponibilidade: acesso à rede e à Internet disponível para os usuários nos pontos planejados;
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Integração de serviços de voz, alarmes, CFTV e dados no mesmo cabeamento;
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Durabilidade ao longo dos anos;
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Noites tranquilas para os técnicos :-).
Figura 2 - Cabeamento estruturado. Fonte: https://bit.ly/3qAP4cD
Antes de mergulharmos em um projeto de cabeamento, vamos analisar rapidamente um desenho de um cabeamento de um edifício de três salas, sendo uma delas a sala central. Veja o diagrama abaixo:
Iniciando do Data Center (Centro de Dados), podemos observar que há um Roteador Central, que recebe uma conexão de Internet e a distribui para os pontos de acesso no prédio. Além disso, temos um servidor, que fornece serviços de DNS e DHCP. Tanto o roteador central como o servidor estão conectados ao Switch central, também localizado no Data Center. O switch central é interconectado aos switches da Sala 1, da Sala 2 e do Roteador WiFi. Repare que a conexão do Switch central com o Switch da Sala 2 é realizada por fibra óptica. Os switches de cada sala, por sua vez, levam as conexões para os dispositivos finais, como os computadores, impressoras, telefones e equipamentos de WiFi.
Dividindo o Projeto em Subsistemas
Uma vez que escolhemos fazer um cabeamento estruturado, temos uma tarefa um tanto complexa em mãos: conectar os dispositivos dos usuários ao longo de um campus ou prédio à rede inteira e à Internet. Para isso, vamos usar uma técnica muito famosa: Dividir para Conquistar.
Vamos dividir o sistema de cabeamento em subsistemas menores para projetá-los individualmente. Veja a imagem abaixo contendo todos os subsistemas de cabeamento estruturado:
Figura 3. Desenho dos subsistemas de cabeamento estruturado. Fonte: https://goo.gl/tkfDMq
Os subsistemas são:
Área de Trabalho
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espaço onde os usuários conectam seus dispositivos à rede. Possui tomadas de rede (Jacks RJ 45) para conexão com a rede do edifício;
Figura. Área de Trabalho de uma LanHouse
Figura. Tomadas RJ45 Fêmea sendo montadas com um Punch Down.
Cabeamento Horizontal
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Cabeamento que liga as áreas de trabalho as salas de telecomunicações de cada pavimento. Possui cabos Par-Trançado ou Fibra Óptica que conectam as tomadas aos painéis e equipamentos ativos do armário de telecom. Devem respeitar normas de distância em metros
Sala/Armário de Telecomunicações
- Armário ou Sala que faz a interconexão dos cabos horizontais com os cabos verticais (backbones). Possui armários, Switches, Roteadores, Patch Panels e Cabos de Manobra;
Backbone ou Cabeamento Vertical:
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Cabos que funcionam como uma espinha dorsal, conectando todas as salas de telecomunicações e a sala de equipamentos do prédio. Possui Cabos Par-Trançado ou Fibra Ópticas;
Sala de Equipamentos
Sala contendo equipamentos de rede centrais, como switches centrais, roteadores centrais, central telefônica e servidores DHCP, DNS e/ou HTTP.
Entrada de Edifício
- Local por onde chegam os cabos da operadora de Internet ao prédio. Constituído por cabos e painel de distribuição.
Veja a arquitetura geral do cabeamento de um prédio comercial com dois pontos de rede por área de trabalho na Figura 4:
Figura. Arquitetura de cabeamento estruturado. Fonte (MARIN, 2009)
Normas Vigentes
É importante termos em mente que as normas nacionais sempre têm prioridade em relação às normas internacionais. Você deve recorrer às internacionais somente se a norma nacional não possuir a especificação que você necessita. Portanto, embora tenha sido construída com base nas normas EIA/TIA, a norma ABNT-NBR 14565 deverá ter prioridade sobre as demais. Veja abaixo a lista de normas vigentes:
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EIA/TIA 568: especificação geral de cabeamento para edifícios comerciais;
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EIA/TIA 569: especificações gerais para encaminhamento de cabos
Especifica formas de encaminahento por Pisos Elevados, Rebaixamento de Tetos, etc. Trata de Dutos, Canaletas, Bandejas, Eletrodutos e Calhas; -
EIA/TIA 606: administração da documentação;
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EIA/TIA 607: especificação de aterramento;
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EIA/TIA 570: especificação geral sobre cabeamento estruturado de instalações residenciais.
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ABNT-NBR 14565:2013: cabeamento de edifícios comerciais e data centers. Essa norma foi feita com base nas normas EIA/TIA e ISO/IEC;
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ABNT-NBR 16264:2016: cabeamento estruturado residencial. Tem como objetivo estabelecer um padrão de cabeamento no interior de residências ou edifícios residenciais e especifica normas para tecnologias de informação e telecomunicações, tecnologias de broadcast e automação residencial.
IMPORTANTE!
Fechando o nosso estudo sobre cabeamento estruturado, devemos ter em mente que é legalmente proibido fornecer serviços e produtos em desacordo com as normas vigentes (LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990, Art. 39, Inciso VII).
A partir de agora, vamos estudar com detalhes cada subsistema de cabeamento.